A escola atual destaca-se pelo trabalho desenvolvido no âmbito da igualdade de oportunidades no acesso e sucesso educativos de todas as crianças, defendendo a inclusão de alunos com Necessidade Específicas no sistema regular de
ensino, uma preocupação que instiga à criação de condições necessárias à sua plena inclusão.
Importa salientar que as escolas devem assim assumir e valorizar os seus conhecimentos e as suas práticas e considerar a diferença como um desafio e uma oportunidade para a conceção de novas situações de aprendizagem. Devem ser ainda capazes de identificar as barreiras que impedem a participação de todos, de usar efetivamente os recursos necessários e de ter a coragem de correr riscos, experimentando formas de trabalhar inovadoras e esforçando-se na resolução dos desafios da escola inclusiva (Ainscow, 2000). A escola e os seus diversos intervenientes devem então assumir um compromisso no sentido de desenvolver uma pedagogia que seja capaz de educar todas as crianças e jovens com sucesso, incluindo aqueles que apresentam NEE, considerando que “todos os alunos estão na escola para aprender, participando” (Sanches & Teodoro, 2007, p.108).
Fatores como a liderança eficaz, o envolvimento da equipa profissional, dos alunos e de toda a comunidade nas orientações e decisões da escola; a planificação colaborativa; as estratégias de coordenação; a importância dada não só à investigação como também à reflexão; a política de valorização profissional de toda a equipa educativa, são aspetos fundamentais numa escola inclusiva, contribuindo para uma mudança significativa nas escolas (Ainscow, 1995). Alguns destes fatores são também apresentados no estudo realizado por Santos, Correia e Cruz-Santos (2013) onde confirmam que a implementação bem-sucedida da filosofia da inclusão nas escolas portuguesas depende de um conjunto de medidas, nomeadamente a liderança eficaz, a colaboração, a utilização de estratégias baseadas na investigação, as adaptações curriculares, o envolvimento parental e os recursos especializados. Assim, à construção de uma escola inclusiva exige uma educação também ela inclusiva. A educação de um grupo heterogéneo não pode ser encarrada como um problema, mas sim como um grande estímulo à criatividade e ao profissionalismo dos agentes educativos, fomentando mudanças de mentalidades, de políticas e de práticas educativas (Sanches & Teodoro, 2006).
in Escola inclusiva: Perceções de professores sobre dislexia, inclusão e estratégias pedagógicas, Raquel Grilo Oliveira Fernandes